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dc.contributor.authorReis de Souza, Tainá
dc.date.accessioned2018-08-06T19:58:59Z
dc.date.available2018-08-06T19:58:59Z
dc.date.issued2018-05-10
dc.identifier.citationREIS DE SOUZA, Tainá. Ceifando a cana... Tecendo a vida. Um estudo sobre o pós/trabalho nos canaviais. 2018. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10328.*
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10328
dc.description.abstractThe goal of this research was to understand the post/work of unhealthy retired sugarcane cutters that is the new sociability network, where they are embraced. We employed qualitative methods with direct and unsystematic observations, semi-structured script interviews, photodocumentation and field research. Cane cutters are mostly migrants; when they get sick, they often return to their hometown. Therefore, the empirical field of this research is a place of origin of these workers, Araçuaí city in Jequitinhonha Vale/MG, where exist an intense migratory flow to the sugarcane plantations of São Paulo state. Unhealthy cane cutters were interviewed, such as their relatives and professionals who work with these persons – medical doctors, social workers and psychologists of the Social Security services and Brazilian health system (SUS). Cutting cane is a physically and emotionally exhausting job that could cause disease. They are discharged by the agro-ethanol industry, because their bodies and minds cannot support the work anymore, since their labor capacity is affected by the disease symptoms. If, according to the Marxian interpretation, the work organizes sociability of the subjects, their capitalist expression - the sale of the labor force - establishes estranged relations, even more so in a situation of overexploitation. What, then, does the illness produce? The subject does not have the labor force to exchange, but remains immersed in estranged relations. In the post/work the estrangement intensifies, because the restrained relations remain, the workers are understood as a discarded commodity. Discarding generates a sense of shame shared among the subjects. The unhealthy sugarcane cutters seek in the State the means to ensure their reproduction. State institutions play the regulatory role in biopolitics, expressing “to make live and let die”. Discarded sugar cane cutters do not fit the labor norm, that is, they cannot execute the function that they were become docile: that of labor power. They establish a new sociability with social workers, physicians and psychologists from social security and welfare agencies. The State acts permit that one to believe that discarded persons of the cane are left to die - not only physical but social death – since their lives are not more managed and controlled. The family is impacted in this process, not only by the loss of a significant income in the budget, but also because it has repercussions on the results of deep estrangement. Women - wives and mothers - become in charge of caring for these sick men, dealing with the difficulties this role entails. In a patriarchal society, women are given care, which in the case of the wives and mothers of sugarcane cutters is intensified, inasmuch as they must also take care of this sick person. Men, on the other hand, are attributed to masculinity, virility and strength, naturalization that fractures with illness. Gender relations reorganize, but not with the inversion of the poles of power. The subjects do not passively experience any of these processes, producing different strategies of resistance, lines of escape to the imposed impositions. The cane cutter - expropriated migrant, overexploited labor force, split generic being - establishes new relationships of sociability in post/work by disease. In this way, we can affirm that capitalist sociability extends out of space-time of work. For the Sociology of Work, specifically those who study rural work, it is possible, from the present reflection, to broaden the field of studies. The end of the work relations constitutes, as seen in the case of the discarded cane cutters, another sociability related exactly to the space-time of work, inaugurates the post/work, theme not different, but belonging to the Sociology of Work.eng
dc.description.sponsorshipConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)por
dc.language.isoporpor
dc.publisherUniversidade Federal de São Carlospor
dc.rights.uriAcesso abertopor
dc.subjectTrabalhopor
dc.subjectSaúde do trabalhopor
dc.subjectCorte de canapor
dc.titleCeifando a cana... Tecendo a vida. Um estudo sobre o pós/trabalho nos canaviaispor
dc.typeTesepor
dc.contributor.advisor1Silva, Maria Aparecida de Moraes
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/6792025643983370por
dc.description.resumoO objetivo desta pesquisa foi compreender o pós/trabalho dos ex-cortadores de cana adoecidos, isto é, a nova trama de sociabilidade em que se emaranham. Para tanto, foi delineada uma metodologia de base qualitativa, com observação direta e assistemática, entrevistas de roteiro semiestruturado, fotodocumentação e registro em diário de campo. Os cortadores de cana são, em maioria, migrantes; muitos, depois de adoecidos, retornam à cidade natal. Por isso, o campo empírico dessa pesquisa é um local de origem desses sujeitos, o município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha/MG, lugar que contou com intenso fluxo migratório para os canaviais paulistas. Foram buscados além de cortadores de cana adoecidos, seus familiares e profissionais que atuam no atendimento desse público - médicos, assistentes sociais e psicólogos dos serviços de Assistência e Previdência Social e do SUS. O corte de cana é um trabalho desgastante física e emocionalmente, o que pode levar os trabalhadores ao adoecimento. São descartados pela agroindústria sucroalcooleira, pois seus corpos e mentes não aguentam mais o trabalho. Adoecem a tal ponto que perdem a capacidade laboral. Se, de acordo com a interpretação marxiana, o trabalho organiza a sociabilidade dos sujeitos, sua expressão capitalista - a venda da força de trabalho -, estabelece relações estranhadas, ainda mais numa situação de superexploração. O que, então, o adoecimento produz? Adoecido, o sujeito não tem mais a força de trabalho para trocar, mas permanece imerso em relações estranhadas. No pós/trabalho o estranhamento se aprofunda, pois as relações coisificadas permanecem, os trabalhadores entendem-se como mercadoria descartada. O descarte gera um sentimento de vergonha compartilhado entre os sujeitos. O cortador de cana adoecido busca no Estado os meios de garantir sua reprodução. As instituições do Estado cumprem o papel regulador na biopolítica, expressam o fazer viver e o deixar morrer. Os descartados da cana não se enquadram mais na norma do trabalho, isto é, não podem cumprir a função para qual foram docilizados: a de força de trabalho. Estabelecem uma nova sociabilidade com assistentes sociais, médicos e psicólogos dos órgãos da previdência e assistência social. Todo o funcionamento do Estado leva a crer que os descartados da cana passam a ser deixados a morrer - não só morte física, mas social -, não são mais vidas a ser geridas e controladas. A família é impactada nesse processo, não só pela perda de uma importante renda no orçamento, mas por repercutir sobre ela os resultados do estranhamento aprofundado. As mulheres - esposas e mães - tornam-se encarregadas pelo cuidado com esses homens adoecidos, lidando com as dificuldades que esse papel carrega. Numa sociedade patriarcal, à mulher é atribuído o cuidado, o que no caso das esposas e mães dos cortadores de cana é intensificado, na medida em que devem cuidar também desse adoecido. Aos homens, por outro lado, é atribuída a masculinidade, virilidade e força, naturalização que se fratura com o adoecimento. As relações de gênero se reorganizam, mas não com a inversão dos polos de poder. Os sujeitos não vivenciam passivamente nenhum desses processos, produzindo diferentes estratégias de resistência, linhas de escape às imposições apresentadas. O cortador de cana - migrante expropriado, força de trabalho superexplorada, ser genérico cindido - estabelece novas relações de sociabilidade no pós/trabalho por adoecimento. Desse modo, podemos afirmar que a sociabilidade capitalista se estende para fora do espaço-tempo de trabalho. Para a Sociologia do Trabalho, especificamente aos que debatem trabalho rural, é possível, a partir da presente reflexão, alargar o campo de estudos. O fim das relações de trabalho constitui, como visto no caso dos cortadores de cana descartados, uma outra sociabilidade vinculada exatamente ao espaço-tempo de trabalho, inaugura-se o pós/trabalho, tema não diferente, mas pertencente à Sociologia do Trabalho.por
dc.publisher.initialsUFSCarpor
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Sociologia - PPGSpor
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::OUTRAS SOCIOLOGIAS ESPECIFICASpor
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDEpor
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA RURALpor
dc.description.sponsorshipIdCNPq: 141765/2014-3por
dc.ufscar.embargoOnlinepor
dc.publisher.addressCâmpus São Carlospor
dc.contributor.authorlatteshttp://lattes.cnpq.br/3601577908568788por


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