Revistas científicas em acesso aberto brasileiras no DOAJ: modelos de negócio e sua sustentabilidade financeira

Abstract

No acesso aberto, é possível constatar uma grande variedade de modelos de negócio. O propósito desta pesquisa foi mapear os modelos de negócio das revistas científicas em acesso aberto brasileiras no Directory of Open Access Journals (DOAJ) com ênfase em sua sustentabilidade financeira. Como método de pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico e documental, com coleta de dados, observando os existentes e possíveis tipos de modelo de negócio para as revistas em acesso aberto. Os dados foram classificados conforme campo do conhecimento coberto pela revista. A análise foi feita baseada no contexto da publicação científica no Brasil, na literatura e nas informações obtidas com os periódicos. Os resultados apontam a prevalência de três modelos de negócio no Brasil, relacionados às taxas de processamento dos artigos. Observou-se que a cobrança das taxas ainda é pouco utilizada no Brasil. Sobre os valores cobrados pelas Article Processing Charges (APCs), observou-se grande variabilidade, apontando uma ausência de valores de referência. Conclui-se que a predominância do financiamento externo demonstra vulnerabilidade econômica dos periódicos. A adoção do modelo de negócio misto, de financiamento externo aliado à cobrança de taxas, mostrou-se como alternativa momentânea, mas o acesso aberto exige uma reformulação de seus modelos de negócio.

A variety of business models can be observed among open access journals. The purpose of this research was to map the business models of Brazilian open access journals registered in the Directory of Open Access Journals (DOAJ), in order to assess their financial sustainability. The research method utilized was bibliographic and document research focusing on existing and possible business models for open access journals. The data was classified by research area. The analysis was made based on the current context of scientific research in Brazil, the literature and information obtained directly from the journals. The results show the prevalence of three business models, related to the article processing charges (APCs). Only a small number of journals use these charges. Concerning the APCs, there was a large variability between the values, indicating that there is no clear consensus about the ideal value. We conclude that the predominance of external funding demonstrates the economical vulnerability of the journals. The mixed business model, using financing and APCs, appears as a viable model, but only as a temporary solution, exposing the need for a deeper discussion of the business models adopted by Brazilian open access journals.