Show simple item record

dc.contributor.authorCardoso, Jorcemara Matos
dc.date.accessioned2022-05-26T19:10:58Z
dc.date.available2022-05-26T19:10:58Z
dc.date.issued2021-07-29
dc.identifier.citationCARDOSO, Jorcemara Matos. Ao internacional e além: as relações de poder-saber na constituição da identidade transnacional brasileira inscritas em livros didáticos de Português para estrangeiros. 2021. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2021. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/16196.*
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/16196
dc.description.abstractOver the decades, numerous events were inaugurated in the Brazilian diplomacy device (BDD). A whole semiotic was built on top of it, which started organizing how people see and talk about Brazil abroad and within the country itself. However, from the beginning of the 1990s onwards, the ideals of the New Republic designed in the 1988 Brazilian constitution started to go through the construction of policies and institutions that bring to the public debate problematic issues intensely debated by civil society movements. On the sidelines of official state discourses for centuries. This progressive turn has started to cross and foster, in many ways, the configuration of various objects, such as textbooks (TB). As part of the weaving of the Brazilian diplomacy device, the books carry not only the knowledge of promoting the teaching but the remnants of a network of practices (discursive and non-discursive) that activate trans-Brazilianity archives, to sustain, in a given historical period, the emergence of the Brazilian transnational identity (BTI). This research sought to study the relation of power and knowledge that inscribe the Brazilian transnational identity in the BDD, based on these networks of practices established in Portuguese textbooks for foreigners, produced and published by the Rede Brasil Cultural sectors and Brazilian Embassies. In order to verify both the identity manufactured in these textbooks and the mechanics and engineering, which in turn guarantee their conditions of existence. To shed light on those issues, we start from Discourse Analysis of frontiers, of historical and enunciative basis by invoking concepts such as the power-knowledge (FOUCAULT, 1984; 2005; 2008; [1981] 2018; DELEUZE, 1990; DELEUZE e GUATARRI, 1997; AGAMBEN, 2005; GREGOLIN, 2016), medium, scenes of enunciation (MAINGUENEAU 2004; 2006; 2008b; 2013; 2016; DEBRAY 1995, 1997, 2004), among other tools used during the analysis. In parallel, we held important dialogues with authors from different fields who forge their writings as resistance to certain configurations of (trans)national identity (FANON, 1968; GUATARRI e RONILK, 1996; BHABHA, 1998; HALL, 2005; BAUMAN, 2005; WALSH; 1994, 2019) and certain epistemic knowledge that supports, even today, a colonizing and segregating vision of (trans) Brazilianness (NASCIMENTO, 1978; GONÇALEZ and HASSENBELG, 1982; ORTIZ, 1986; 2013; SOUZA, 2000; 2009; 2017). The discussions and analyses show us the activation of language and culture as founding variables of transnational identity, however, promoted by a fragmented and disjointed foreign policy. Such fragmentation allows many speeches and different individuals to operate meanings in the textbook, allowing them to slide from a language book to an (inter)culture book, or even a symbol book of government (and not State) policies of government (and not State) policies dissemination and promotion of Brazil's image abroad. Concerning the activated imaginary that constitute the BTI and individuals transnationals, we noted three central points: the first one reinforces discourses hegemonic of a romanticized Brazil and racial paradise; the second one constitutes the ambivalence of activating a Brazil is progressive, plural, socially based, defender of the democratic rule of law and, at the same time, resignify mummified rags of the colonizing discourse (FANON, 1968); the third one, crossed by the first two, encourage reflection and engagement on the images of a Brazil of dialogue and conflict. This last one, permeated by a pedagogy of dialogue (GADOTTI; FREIRE; GUIMARÃES, 1994), criticizes the State through its official channels. Among other processes of regularities and ruptures, there is the distension of the senses of "foreigners" (called to belong to the nation) and the near invisibility of entire sectors of Brazilian society. Finally, we realized that, even in periods with high democratic values, in which the forging of voices peripheralized in State institutions, they provoke advances in the ways of making Brazil see and enunciate (inside and outside of its borders). The secular practices of segregation, exclusion, and genocide, operated by the discourses hegemonic, still cross, under different degrees, how the image of the (trans)national is constituted in the TBs – which often appears rooted in the vision of a white, masculine, hetero-normative, of a privileged class. This power mechanics prove to be even more dangerous when the democratic values lose space for the practice of a policy that sees in social bodies a frontier to say who is or not a citizen of the nation.eng
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)por
dc.language.isoporpor
dc.publisherUniversidade Federal de São Carlospor
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.subjectIdentidade transnacionalpor
dc.subjectArquivos de transbrasilidadepor
dc.subjectDiscursopor
dc.subjectRelações de poder-saberpor
dc.subjectLivros didáticos de Português para estrangeirospor
dc.subjectTransnational identityeng
dc.subjectTrans-Brazilianity archiveseng
dc.subjectDiscourseeng
dc.subjectRelation of power and knowledgeeng
dc.subjectPortuguese textbooks for foreignerseng
dc.titleAo internacional e além: as relações de poder-saber na constituição da identidade transnacional brasileira inscritas em livros didáticos de Português para estrangeirospor
dc.title.alternativeTo the international and beyond: the relation of power and knowledge in the constitution of the Brazilian transnational identity inscribed in Portuguese textbooks for foreignerseng
dc.typeTesepor
dc.contributor.advisor1Baronas, Roberto Leiser
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/4613001301744682por
dc.description.resumoAo longo das décadas, inúmeros acontecimentos inauguram nas linhas do dispositivo da diplomacia brasileira (DDB) toda uma semiótica que ordena formas de ver e dizer o Brasil no exterior e dentro do próprio campo doméstico. Mas, a partir do início dos anos 1990, o ideário da Nova República, que se desenhou na Constituição de 1988, passa a atravessar a construção de políticas e instituições que trazem para o debate público problemáticas debatidas fortemente por movimentos sociais, colocadas à margem dos discursos oficiais do Estado por séculos. Essa virada progressista vai atravessar e fomentar, de diferentes formas, a configuração de vários objetos, como, por exemplo, os livros didáticos (LD). Tomados nesta tese como partes da tecitura do dispositivo da diplomacia brasileira, os livros didáticos carregam não somente os saberes de promoção do ensino a que se objetivam, mas indícios de uma rede de práticas (discursivas e não-discursivas) que ativa arquivos de transbrasilidade para sustentar, em um determinado período histórico, a emergência da identidade transnacional brasileira (ITB). Esta pesquisa, portanto, buscou estudar as relações de poder e saber que inscrevem a identidade transnacional brasileira no DDB, a partir dessas redes de redes de práticas, fixadas em livros didáticos de Português para estrangeiros, produzidos e publicados por setores da Rede Brasil Cultural e Embaixadas brasileiras, a fim de verificar tanto a identidade que se fabrica nesses livros didáticos quanto a mecânica e a engenharia que garantem a essa identidade condições de existência. Para isso, partimos dos estudos de uma Análise do Discurso de fronteira, de base histórica e enunciativa, mobilizando conceitos centrais como o de dispositivo de poder e saber (FOUCAULT, 1984; 2005; 2008; [1981] 2018; DELEUZE, 1990; DELEUZE e GUATARRI, 1997; AGAMBEN, 2005; GREGOLIN, 2016;), mídium, cenas da enunciação (MAINGUENEAU 2004; 2006; 2013; 2016; DEBRAY 1995, 1997), entre outras ferramentas articuladas no decorrer das análises. Em paralelo, fazemos diálogos importantes com autores e autoras de outros campos do saber que forjam suas escritas como resistência a certas configurações da identidade (trans)nacional (FANON, 1968; GUATARRI e RONILK, 1996; BHABHA, 1998; HALL, 2005; BAUMAN, 2005; WALSH; 1994, 2019) e a certos saberes epistêmicos que sustentam, ainda hoje, uma visão colonizadora e segregadora da (trans)brasilidade (NASCIMENTO, 1978; GONÇALEZ e HASSENBELG, 1982; ORTIZ, 1986; 2013; SOUZA, 2000; 2009; 2017). O resultado das discussões e análises nos mostram o acionamento da língua e cultura como variáveis fundantes da categoria discursiva identidade transnacional, porém, promovidas por uma política externa fragmentada e desarticulada. Tal fragmentação permite que vários discursos e diferentes sujeitos do discurso (representantes políticos, embaixadores, profissionais de ensino) busquem operar significações na produção do LD, o que o faz deslizar de livro de ensino de língua a livro de (inter)cultura, ou, ainda, livro símbolo material das políticas de governo (e não de Estado) para a difusão e a promoção de uma determinada imagem de Brasil no exterior. Em relação aos imaginários ativados que constituem a ITB e os sujeitos transnacionais, percebemos três núcleos de sedimentações e atualizações: um primeiro, que reforça discursos hegemônicos de um Brasil romantizado e paraíso racial; um segundo, que se constitui na ambivalência de ativar um Brasil progressista, plural, de base social, defensor de um Estado democrático de direito e, ao mesmo tempo, ressignificar farrapos mumificados do discurso colonizador (FANON, 1968); e um terceiro, que, atravessado pelos dois primeiros núcleos, incita reflexão e engajamento sobre as imagens de um Brasil de diálogos e conflitos. Este último núcleo, permeado por uma pedagogia do diálogo (GADOTTI; FREIRE; GUIMARÃES, 1994), faz uma crítica ao Estado por suas próprias vias oficiais. Entre outros processos de regularidades e rupturas nos LDs, há a distensão dos sentidos de “estrangeiros” (chamados a pertencer à nação) e a quase invisibilidade de grupos e espaços inteiros da sociedade brasileira. Percebemos, enfim, que, mesmo em períodos com altos valores democráticos, nos quais a forja de vozes periferizadas nas instituições do Estado provocam avanços nos modos de fazer ver e enunciar o Brasil (dentro e fora de suas fronteiras), as práticas seculares de segregação, exclusão e genocídio, operadas pelos discursos hegemônicos, ainda atravessam, sob diferentes graus, os modos como se constitui a imagem do (trans)nacional nos LDs – a qual aparece frequentemente sedimentada na visão de um Brasil branco, masculino, cisgênero, heteronormativo, de classe privilegiada. Essa mecânica de poder se mostra ainda mais perigosa, quanto mais os valores democráticos perdem espaço para a prática de uma política que vê nos corpos sociais uma fronteira para dizer quem é ou não sujeito da nação.por
dc.publisher.initialsUFSCarpor
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Linguística - PPGLpor
dc.subject.cnpqLINGUISTICA, LETRAS E ARTESpor
dc.subject.cnpqLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::FISIOLOGIA DA LINGUAGEMpor
dc.subject.cnpqLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::TEORIA E ANALISE LINGUISTICApor
dc.description.sponsorshipIdCAPES: Código de Financiamento 001por
dc.publisher.addressCâmpus São Carlospor
dc.contributor.authorlatteshttp://lattes.cnpq.br/3583449810396955por


Files in this item

Thumbnail
Thumbnail
Thumbnail

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record

Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
Except where otherwise noted, this item's license is described as Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil