dc.contributor.author | Mazetto, Tamiris Cristina Gomes | |
dc.date.accessioned | 2024-06-24T22:13:01Z | |
dc.date.available | 2024-06-24T22:13:01Z | |
dc.date.issued | 2024-02-21 | |
dc.identifier.citation | MAZETTO, Tamiris Cristina Gomes. Luto manicomial e memórias colonizadas: lembranças de trabalhadoras de hospitais psiquiátricos. 2024. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2024. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/19693. | * |
dc.identifier.uri | https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/19693 | |
dc.description.abstract | This thesis aims to analyze memories about mental hospitals in the region of Sorocaba,
state of São Paulo, through oral histories of women who worked in those places. Its
objective is to investigate working conditions in asylums and the institutionalization of
workers, considering the plots that articulate coloniality and asylum, especially in their
intersections with issues of race and gender. The collective memory about asylums
revealed that more than two thirds of the institutionalized people were black, the majority
were illiterate, and came, in many cases, from other cities of the São Paulo state and other
Brazilian regions. The hospitalized people found their self in a brutal chronic condition;
Those called as “chronic” were subjected to the most violent “treatments”, they
constituted the group most subject to asylum death, which included children and
adolescents. Institutionalized women, the majority of whom were black, were also
subjected to the violence of rape. Regarding work experiences, the exploitation of the
work of female employees was noted, particularly under the discourse of “work for love”,
as a mark of the historical abuse of reproductive work essentialized as feminine. The
interviewees' memories were considered “emblematic memories”, considering the
publicization of individual memories as an important force in the production of social
ruptures. The division of the world and the fragmentation of biographies as traces of
colonialism, with the perpetuation of racist, classist and misogynistic segregation, had
repercussions on population cuts and on the “treatment” given to madness and the
“crazy”, which possibly, raised boundaries in the workers’ own bodies: “border-bodies”
between “work for love” and the operation of institutional violence. In the analysis about
the permanence of denying and defensive contents in the processes of working and
elaborating memories, inspired by Grada Kilomba's reflections on “colonial mourning”,
this study proposed the concept of “asylum mourning”. This corresponds to the
perpetuation of a siege on the social imaginary, through the repetition of the narrative that
attributed to hospitalization in “psychiatry” the seal of the only possible action for the
supposed support of people in intense psychosocial suffering, in a timeless way, for the
benefit of maintaining of the powers, privileges and prestige of the “lord-owners” of the
madness market. “Asylum mourning” produces the impediment of one’s own mourning
and colonizes memories, senses and affections, enabling reflections on the difficulties in
advancing anti-asylum psychiatric reform in Brazil. | eng |
dc.description.sponsorship | Não recebi financiamento | por |
dc.language.iso | por | por |
dc.publisher | Universidade Federal de São Carlos | por |
dc.rights | Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil | * |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ | * |
dc.subject | Hospitais Psiquiátricos | por |
dc.subject | Interseccionalidade | por |
dc.subject | Colonialidade | por |
dc.subject | Memória Coletiva | por |
dc.subject | Psychiatric Hospitals | eng |
dc.subject | Intersectionality | eng |
dc.subject | Coloniality | eng |
dc.subject | Collective Memory | eng |
dc.title | Luto manicomial e memórias colonizadas: lembranças de trabalhadoras de hospitais psiquiátricos | por |
dc.title.alternative | Asylum mourning and colonized memories: memories of psychiatric hospital female workers | eng |
dc.type | Tese | por |
dc.contributor.advisor1 | Garcia, Marcos Roberto Vieira | |
dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/3911188481669270 | por |
dc.description.resumo | Esta tese tem como objetivo analisar as memórias sobre os manicômios da região de
Sorocaba-SP, por meio de histórias orais de mulheres que neles trabalharam. Busca
investigar as condições de trabalho nos manicômios e a institucionalização das/os
trabalhadoras/es, considerando as tramas que articulam colonialidade e manicomialidade,
em especial, em suas intersecções com as questões de raça e gênero. A memória coletiva
sobre os manicômios revelou que mais de dois terços das pessoas institucionalizadas eram
negras, a maioria analfabeta, sendo oriundas, em muitos casos, de outras cidades do
estado de São Paulo e até mesmo de outras regiões do Brasil. A população internada
encontrava-se em uma brutal condição de cronificação; os/as denominadas/os
“crônicos/as” foram submetidas/os aos “tratamentos” mais violentos e se constituíram
como o grupo mais sujeito à morte manicomial, o que incluía crianças e adolescentes. As
mulheres institucionalizadas que, em sua maioria, eram negras, foram submetidas, ainda,
à violência dos estupros. Sobre as experiências de trabalho, foi constatada a exploração
do trabalho das funcionárias mulheres, de forma particular, sob o discurso de “trabalho
por amor”, como marca do histórico abuso do trabalho reprodutivo essencializado como
feminino. As lembranças das entrevistadas foram consideradas como “memórias
emblemáticas”, tendo em vista a publicização das memórias individuais como força
importante na produção de rupturas sociais. A divisão do mundo e a fragmentação das
biografias como rastros do colonialismo, com a perpetuação da segregação racista,
classista e misógina repercutiram nos cortes populacionais e no “tratamento” conferido à
loucura e à/ao “louca/o”, o que, possivelmente, levantou fronteiras nos próprios corpos
das trabalhadoras: “corpos-fronteira” entre o “trabalho por amor” e a operação das
violências institucionais. Na análise sobre a permanência de conteúdos negadores e
defensivos nos processos de laboração e elaboração de memórias, inspirada nas reflexões
de Grada Kilomba sobre o “luto colonial”, este estudo propôs o conceito de “luto
manicomial”. Este corresponde à perpetuação de um cerco ao imaginário social, por meio
da repetição da narrativa que atribuiu à internação na “psiquiatria” o selo de única ação
possível para o suposto amparo de pessoas em intenso sofrimento psicossocial, de forma
atemporal, em benefício da manutenção dos poderes, privilégios e prestígio dos
“senhores-proprietários” do mercado da loucura. O “luto manicomial” produz o
impedimento do luto próprio e coloniza memórias, sentidos e afetos, possibilitando
reflexões sobre as dificuldades no avanço na reforma psiquiátrica antimanicomial no
Brasil. | por |
dc.publisher.initials | UFSCar | por |
dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGEd-So | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::PSIQUIATRIA | por |
dc.subject.cnpq | OUTROS::ESTUDOS SOCIAIS | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA SOCIAL::PAPEIS E ESTRUTURAS SOCIAIS; INDIVIDUO | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZACIONAL | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA | por |
dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA::SOCIOLOGIA DA SAUDE | por |
dc.publisher.address | Câmpus Sorocaba | por |
dc.contributor.authorlattes | http://lattes.cnpq.br/3879250268200015 | por |
dc.contributor.authororcid | https://orcid.org/0000-0001-9366-1219 | por |
dc.contributor.advisor1orcid | https://orcid.org/0000-0002-5668-2923 | por |