dc.description.resumo | O bem é mau e o mal é bom, assim, o vilão, não é de todo, um sujeito mal. Direcionar novos olhares para os conceitos de feio e belo, bem e mal a partir da reflexão sobre a constituição do inimigo e como este se torna o vilão foi a proposta deste trabalho, por
isso, ele tem como objetivo principal compreender como se constitui o vilão, Melkor, em O Silmarillion de J. R. R. Tolkien, obra esta que narra o surgimento de Arda – mundo ficcional do autor, onde se passam as histórias de sua mitologia – os acontecimentos de sua Primeira Era, surgimento do bem e do mal e as constituições morais e éticas dos sujeitos com base nessa dicotomia. Refletir sobre estas questões
levou a percepção de que é na alteridade, na relação eu-outro, que se constitui o sujeito valorado como vilão. Para tanto, recorreu-se as teorias preconizadas pelo filosofo da linguagem russo Mikhail Bakhtin e o Círculo, como caminho metodológico, conjuntamente com a jornada do herói desenvolvida por Joseph Campbell em O Herói de Mil Faces. Esse exercício se dá na tentativa de demonstrar que o vilão não é apenas um antagonista do herói e detentor de todo o mal, mas sim um sujeito singular e único
na sua vida que se constitui na relação com o outro. Ele é valorado socialmente de forma negativa, seja pelos seus atos ou estética, a partir do olhar do outro e do seu posicionamento moral na realidade em que faz parte, tendo assim, seus atos considerados
como perversos e sua estética como feia, monstruosa ou grotesca. Conclui-se que o vilão, assim como herói, é bem e mal, feio e belo e a sua constituição se dá na relação com o outro. O herói também comete ações contra o vilão, também é monstruoso e grotesco, no entanto ele é aquele que concorda com um discurso dominante. E é quando herói se coloca na relação com o vilão, aquele que questiona, que ambos se constituem como bons e maus; belos e feios. | por |