Show simple item record

dc.contributor.authorBernardes, Elizete de Souza
dc.date.accessioned2018-02-15T19:20:19Z
dc.date.available2018-02-15T19:20:19Z
dc.date.issued2017-03-22
dc.identifier.citationBERNARDES, Elizete de Souza. De um corpo tão gentil como profano : um arquivo jurídico sobre as prostitutas no Brasil (1940-2012). 2017. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/9437.*
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/9437
dc.description.abstractCette thèse de doctorat s‟inscrit dans le cadre de l‟analyse française de discours et instaure une réflexion sur les modalités de la construction historique, dans l‟archive juridique brésilienne, du concept de « prostituée », en regard de sa relation avec le corps. Nous observons comment cette construction fait actuellement l‟objet de re-significations et supporte concomitamment les effets de mémoire des périodes antérieures : les énoncés entrent dans un régime de formation et de transformation, de mémoire, d‟appropriation, de mutations discursives. Au cours de ces dernières années, plusieurs lois concernant les femmes ont en effet émergé dans l‟archive juridique brésilienne (le statut de la femme mariée, la loi Maria da Penha, la loi sur le féminicide, etc.) et leur ont conféré des droits et une protection juridique. D‟emblée, une question intrigante se posait : comment certaines femmes (les prostituées) ontelles été objectivées dans l‟archive juridique, sur la base de leur corps et de leurs pratiques ? La problématique de la recherche se formule alors de la manière suivante : comment le discours juridico-légal, sur une période de « durée moyenne » (BRAUDEL, 1978), de 1940 à 2012, au Brésil, et dans son engendrement avec d‟autres domaines de connaissance, produit-il des vérités sur le corps de la prostituée ? Notre hypothèse de recherche est que des politiques de contrôle du dire et surtout d‟incitation au dire sur la sexualité ourdissent la trame du discours juridique. Les dires sur la prostituée suivront ainsi la trame du discours du droit sur son corps, en lui conférant un « effet de réel » et de vérité. En d‟autres termes, le corps sera considéré comme un objet discursif, et, dans une grande mesure, sémiologique (SARGENTINI ; CURCINO ; PIOVEZANI, 2011) : il est doté de signifiés et d‟effets de sens ourdis par le discours. Il s‟agit ainsi, pour chaque temporalité historique, de comprendre les énonciabilités possibles sur la prostituée et son corps, dans l‟engendrement du savoir juridique avec d‟autres discours qui le déterminent et le construisent. Le cadre théorique de la recherche se fonde sur les études inaugurées par Jean-Jacques Courtine pour la sémiologie historique du corps (2013 ; 2011 ; 1988), sur les considérations de Foucault dans la Vérité et les formes juridiques (2002) et l‟Archéologie du savoir (2013a), entre autres. L‟étude suit une méthodologie archéologique et le concept même d‟archive (FOUCAULT, 2013a), qui se composera d‟énoncés législatifs et d‟autres divers, l‟ensemble configurant un « domaine associé ». De surcroît, par le biais des mises à jour et de la nouveauté au sein de la répétition, nous cherchons à saisir comment les énoncés à propos du corps de la prostituée entrent dans un régime d‟événement discursif (FOUCAULT, 2013a ; GUILHAUMOU et MALDIDIER, 2004). Enfin, nous en venons à la thèse que le corps de la prostituée est utopique (FOUCAULT, 2013b), car il s‟inscrit invariablement dans un autre lieu – et se montre donc inappréhensible pour le droit. Le corps de la prostituée est l‟espace hétérotopique du désir, des fantaisies, mais aussi un lieu où le droit peut établir des règles et intervenir ponctuellement et directement.fre
dc.description.sponsorshipFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)por
dc.language.isoporpor
dc.publisherUniversidade Federal de São Carlospor
dc.rights.uriAcesso abertopor
dc.subjectAnálise do discurso francesapor
dc.subjectArquivo jurídicopor
dc.subjectSemiologia históricapor
dc.subjectCorpopor
dc.subjectProstitutaspor
dc.subjectAnalyse française de discoursfre
dc.subjectSémiologie historiquefre
dc.subjectLégislationfre
dc.subjectCorpsfre
dc.subjectProstituéesfre
dc.titleDe um corpo tão gentil como profano : um arquivo jurídico sobre as prostitutas no Brasil (1940-2012)por
dc.typeTesepor
dc.contributor.advisor1Sargentini, Vanice Maria Oliveira
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/1406919572611392por
dc.description.resumoEsta tese de doutoramento, inscrita nos quadros da Análise do discurso francesa, instaura-se na reflexão sobre como historicamente construiu-se, no arquivo jurídico do Brasil, o conceito “prostituta” em sua relação com o corpo. Observamos como esse construto sofre ressignificações nos dias atuais, ao mesmo tempo em que, carrega efeitos de memórias de períodos anteriores: os enunciados entram em um regime de formação e transformação, de memória, de apropriação, de mutações discursivas. Com efeito, nos últimos anos, diversas leis tocantes à mulher emergiram no arquivo legal brasileiro (Estatuto da Mulher Casada, Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, etc.), recobrindo-as com direitos e proteção legal. Era instigante, desde o início, pensar: como determinadas mulheres (as prostitutas) foram objetivadas dentro do arquivo jurídico, a partir de seu corpo e suas práticas? Assim, a problemática de pesquisa e escrita é: como o discurso jurídico-legal, em seu engendramento com outros domínios de saber, produz verdades sobre o corpo da prostituta num período de “média duração” (BRAUDEL, 1978): de 1940 a 2012, no Brasil? A hipótese de pesquisa é de que o discurso jurídico carrega consigo traços de uma moralidade não apenas historicamente constituída mas também culturalmente específica. Dessa maneira, os dizeres sobre a prostituta seguirão o fio do que o Direito diz sobre este corpo, conferindo-lhe “efeito de real” e de verdade. Em outros termos, o corpo será tomado como um objeto discursivo e, de sobremaneira, semiológico (SARGENTINI; CURCINO; PIOVEZANI, 2011): dotados de significados e efeitos de sentidos tramados pelo discurso. Objetiva-se compreender quais são as enunciabilidades possíveis em cada temporalidade histórica sobre a prostituta e seu corpo no engendramento do saber jurídico com outros discursos que o determinam e o constroem. O aporte teórico segue os estudos em torno da Semiologia Histórica do Corpo, inaugurados por Jean-Jacques Courtine (2013; 2011; 1988), as considerações, feitas por Foucault a respeito da Verdade e as formas jurídicas (2002) e da Arqueologia do Saber (2013a), entre outros. A metodologia de trabalho é arqueológica e acompanha o próprio conceito de arquivo (FOUCAULT, 2013a) que será composto por enunciados legislativos, bem como por enunciados que com aqueles formam um “domínio associado”. Além disso, buscamos compreender, por meio das atualizações, da novidade no interior da repetição, como os enunciados a respeito do corpo da prostituta entram em regime de um acontecimento discursivo (FOUCAULT, 2013a; GUILHAUMOU e MALDIDIER, 2004). Ao final, chegamos à tese de que o corpo da prostituta é utópico (FOUCAULT, 2013b) por se inscrever sempre em outro lugar – por isso, inapreensível pelo Direito. O corpo da prostituta é o espaço heterotópico, do desejo, das fantasias, mas também lugar onde o Direito constantemente regula e intervém pontual e diretamente.por
dc.publisher.initialsUFSCarpor
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Linguística - PPGLpor
dc.subject.cnpqLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICApor
dc.description.sponsorshipIdFAPESP: 2013\16256-4por
dc.ufscar.embargoOnlinepor
dc.publisher.addressCâmpus São Carlospor
dc.contributor.authorlatteshttp://lattes.cnpq.br/1471567021751171por


Files in this item

Thumbnail

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record